Homenagem a MANOEL DE OLIVEIRA marca inauguração da delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitetos
“Um filme é uma espécie de arquitectura: o princípio é a porta, depois podem surgir umas escadas ou então entrar-se logo para um salão.” Foi assim que Manoel de Oliveira, homenageado no domingo passado pela nova Delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitetos, estabeleceu a proximidade entre a profissão de realizador e a de arquitecto. O cineasta, que numa altura da sua longa vida chegou a desenhar casas, falou do cinema mas também do nascimento, da morte e da vida.
Esta homenagem, que assinalou o arranque da renovada estrutura da Ordem dos Arquitectos, foi ainda marcada por dois desafios: uma nova sede e a possibilidade de realização do próximo Congresso dos Arquitectos em Abrantes.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, reforçou a importância desta estrutura para o Médio Tejo e agora para mais nove concelhos. A autarca anunciou a cedência de uma nova sede a esta delegação, no antigo quartel dos Bombeiros de Abrantes. Será um espaço dedicado à arquitectura e onde virá também a funcionar a galeria municipal.
Maria do Céu Albuquerque desafiou também o arquitecto João Belo Rodeia a que a Ordem realizasse o próximo congresso em Abrantes. Um desafio que foi bem acolhido pelo presidente da Ordem dos Arquitectos.
O arquiteto Pedro Costa, presidente da delegação considera que “este novo projecto não poderia ter tido melhor princípio, não só pela honra que foi a presença de Manoel de Oliveira, mas também pelos apoios que a delegação recebeu no domingo. A nova sede e a possibilidade do congresso se realizar em Abrantes são dois fortes estímulos para que continuemos a promoção do diálogo entre os arquitectos e a comunidade agora mais alargada.”
A apresentação contou ainda com a presença da arquitecta Leonor Cintra Gomes, anterior presidente do Conselho Executivo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos - OASRS e que acompanhou a evolução do Núcleo, do vereador da Câmara Municipal de Abrantes, o arquitecto Rui Serrano, fundador do Núcleo que agora passa a delegação, do vice-presidente do actual Conselho Executivo da OASRS, o arquitecto Nadir Bonaccorso e de Catarina Mourão, realizadora do documentário “A minha aldeia já não mora aqui” (que retrata a mudança da aldeia da Luz por causa da Barragem do Alqueva). Esteve ainda presente, o arquitecto Pedro Oliveira, neto de Manoel de Oliveira.