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A Geração do Meio
23.07.2012
"(...) eu a falar de mim
fi-lo com um objectivo, confesso:
abrir as portas do meu palácio da memória e evocar mestres
e companheiros,
reuni-los naquilo que chamo
a geração do meio,
a daqueles que eram jovens profissionais ou estudantes no congresso de 48
mais os que se formaram na década de 50 e iniciaram a sua actividade na década seguinte
e a prosseguiram,
passando pela Revolução até ao advento de outros contextos. (...)"

A alocução de Francisco Silva Dias no Dia Nacional do Arquitecto 2012, no dia 3 de Julho, na sede nacional da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa.
Mantém-se graficamente o carácter oral da intervenção, a seu pedido.



A minha avó Emília, a minha querida avó Emília, mãe da minha mãe,
dizia quer era má educação uma pessoa falar de si própria, era feio atrair atenções
e poderia conduzir à vaidade e à soberba, que são pecados mortais.
Por outro lado, aqueles que se ocupam de conhecer a nossa alma, falam da nicofobia, o medo do êxito, o terror que vem da notoriedade.
E há quem diga que a nicofobia está incluída no meu carácter.
Então porque aceitei estar aqui
a ouvir falar de mim, obrigado a falar de mim, com tanta gente a olhar para mim
contrariando os conselhos da avó Emília, contrariando a minha própria natureza?
Deveria estar acabrunhado.
Contudo, estou feliz, entre amigos, sinto-me em casa pois esta é a minha casa vai para quase 60 anos.

Recorro na circunstância, como faço em muitas ocasiões da minha vida
a Santo Agostinho que é Santo da minha devoção.
Diz ele nas Confissões:
“…chego aos campos e aos vastos palácios da memória,
lá onde estão os tesouros de inúmeras imagens trazidas por percepções de toda a espécie.
quando lá entro mando comparecer diante de mim todas as imagens que quero…
(se o esquecimento ainda não as absorveu e sepultou)
umas apresentam-se imediatamente, outras fazem-me esperar por mais tempo…
há ainda as que irrompem em turbilhões,
saltam para o meio de todas, como a dizer: não seremos nós?”
é o que acontece quando narro alguma coisa de memória, conclui o canto cartaginês.
E eu digo o mesmo e ouso acrescentar que a vida tem sido pródiga para comigo
pois tem muitas assoalhadas e muitas portas o meu palácio da memória.
E que tenho obrigação de as partilhar com outros.
E é por isso que aqui abro ou entreabro algumas dessas portas.

Da primeira sai um rapazinho que queria ser arquitecto.
em sua casa vivia um primo, estudante de arquitectura, o Luís Mateus que equilibrava
a mesada que os pais, professores primários na província, lhe mandavam fazendo por encomenda
de arquitectos consagrados, exímias perspectivas guachadas.
…a entrada da Estufa Fria ou a escadaria da Rocha do Conde de Óbidos foram desenvolvidas
e coloridas perante o meu olhar maravilhado.
Em conversas à mesa comentava-se o hotel Victoria e Cassiano Branco, o bairro dos arquitectos
no Banzão e o Monsanto de Keil do Amaral, herói desse meu primo e, portanto,
meu herói desde então.
Liam-se o “Panorama” e o “Ver e Crer” onde Raul Lino, muito discutido, escrevia.
Era lá de casa o Manuel Tainha que, com o Luís Mateus fazia parte da tertúlia do Café
Colonial, aos Anjos.
E o rapazinho foi capaz de adivinhar, naquele senhor, tão alto e tão grande um proporcional
talento que haveria de admirar por tanto tempo mas, infelizmente, até há pouco.

Naqueles tempos de guerra e de penúria os divertimentos eram escassos e aos domingos
íamos todos, em família “ver as obras”.
...Na alameda Afonso Henriques, em construção, os adultos comentavam que a Fonte Luminosa
deveria estar mais alta e equilibrar o volume do Técnico que uns diziam serem caixotes
outros arquitectura moderna.
…Do morro da quinta da Graça, em Chelas, olhávamos o aeroporto semi-acabado e com
sorte poderíamos ver um avião a aterrar, inglês ou alemão ou, talvez, o da Air France de Casablanca.
Não sabia eu então se lá vinha o Humphrey Bogart se a Ingrid Bergman.

Achou o meu pai que valorizaria culturalmente os seus filhos verem a Exposição do Mundo
e no último dia lá fomos e quedamo-nos admirados com tudo aquilo.
Duarte Pacheco estava sempre presente, controverso e admirado.
E talvez seja por isso que o rapazinho ainda hoje guarda memória e emoção do enterro
do ministro a que assistiu numa esquina perto de casa e da imagem do motorista que
saíra ileso do desastre e que seguia o carro fúnebre, sempre a chorar desde a Câmara
até ao Alto de S. João.
Havia muitos outros a chorar.

Passo de seguida várias portas:
passo aquela que dá para o Convento de S. Francisco e para o Chiado,
aí há tanta gente, tantas emoções, que ficaria para outra ocasião falar delas.
Direi só que vindo do severo liceu Camões, nos tristes anos cinquenta do após-guerra,
as Belas-Artes foram o deslumbramento constante,
a-pesar-de-tudo.

Chego agora à porta da grande descoberta e dos grandes ensinamentos:
o Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, levado a efeito pelo Sindicato dos Arquitectos
com início em 1955.
Ponho de parte episódios, entusiasmantes, dúvidas e certezas e chamo para junto de mim
três mestres.
Frederico George:
eu era um moderno fundamentalista quando fui engajado para colaborar no
Inquérito:
Tudo se deveria submeter à relação causa-efeito
“aqui é assim porque são assalariados, ali porque são pequenos proprietários,
…aqui é assim porque chove muito mas o terreno é permeável…aqui é assim
para que a areia, soprada pelo vento, passe por debaixo das casas sem as
subterrar.
Mestre Frederico George, ouvia e perguntou:
…e os aspectos emotivos, os que vêm dos sentimentos…do amor, da arte?
Lição para toda a vida que não terá durado mais de dois ou três segundos.
Keil do Amaral a quem foi perguntado, depois de ele se ter referido ao manto da diversidade
e de contrastes que cobre o país no que diz respeito à arquitectura popular,
se não existiria em todo o território algo de intrinsecamente comum,
genuinamente português,
e ao que ele respondeu que sim, que havia, aquilo que definiu, lapidarmente como
a superação das bases materiais,
a capacidade de, a partir de materiais pobres, do pé da porta erguer casas e conjuntos
possuidores de forte conteúdo emotivo.
Atrás dele, pela porta entreaberta avisto a mulher do foreiro de Fernão Ferro, aquela
que todos os dias regava o chão da sua casa com água em que diluía barro
e que me deu a sentir o pavimento mais amável que alguma vez pisei:
vermelho, fofo e que se adivinhava morno no Inverno e fresco no Verão.
…só barro e água.
Nuno Teotónio Pereira:
a participação de Teotónio Pereira no Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa iniciou-se
com um gesto de entrega:
ninguém queria ocupar-se da zona 4: a costa baixa do Pinhal, o maciço
estremenho, o Oeste, o Vale do Tejo e a península de Setúbal
porque todos temiam as assimetrias do desenvolvimento recente e a presença da
grande cidade.
Pois Teotónio Pereira levou-nos, a mim e ao António Freitas, companheiro e amigo,
a demonstrar a grande riqueza da relação Homem-Sítios naqueles territórios
e mais nos mostrou, com a sua vida, a coragem da coerência.

Vejo, pela porta entreaberta a figura de Salazar:
na memorável ocasião em que quis ver os resultados do Inquérito e foi recebido no
Sindicato.
Recorde-se que a tarefa tinha sido encomendada pelo governo aos arquitectos para que eles
dissessem qual seria o estilo da Arquitectura Nacional Portuguesa.
como na Espanha de Franco, na Itália de Mussolini, na Alemanha de Hitler
ou na União Soviética de Staline.
Foram o Keil do Amaral e o Fernando Távora que lhe comunicaram que não havia
nenhuma arquitectura nacional portuguesa
mas sim uma riquíssima, variada e constante adaptação da vida aos sítios e que
os sítios eram transformados pela vida.

Estavam lá todos os que participaram no Inquérito mais os dirigentes do Sindicato na altura,
todos não,
Huertas Lobo não estava lá por se recusar, fosse em que circunstância fosse,
a apertar a mão a um ditador,
extraordinária figura, Huertas Lobo, hóspede permanente do meu Palácio da Memória.
Muitos sofreram a acção da censura sobre as suas obras,
muitos viram cerceada a encomenda pública,
mas Huertas Lobo viu estiolar quase completamente o seu direito a fazer arquitectura,
em consequência das suas discretas mas corajosas atitudes.

Hesito em abrir a porta seguinte, a da aventura africana.
receio que dela saiam os leprosos de Dange-ia-Menha.
Estava há pouco tempo em Angola, a trabalhar nas Obras Públicas quando mandaram
ir a Dange-ia-Menha implantar um posto sanitário.
o que ninguém me disse foi que para Dange-ia-Menha eram mandados e lá
ficavam todos os leprosos do distrito de Quanza Norte mais de todos os outros à volta.
E ali estava eu, um jovem lisboeta, 26 ou 27 anos, beauxartiano, rodeado pelo horror,
pedaços humanos, olhares mortiços onde, no entanto, havia a esperança (esperança vã)
da cura ou do alívio que um posto sanitário poderia trazer.
E pensei: das geometrias sei a do Euclides e a do Monge mais a estereotomia,
do clássico sei distinguir todas as ordens do toscano ao compósito, do moderno sei todos os cânones de cor e salteado,
estudei matemática
e aqui estou, no fim do mundo a dizer onde deve ficar um posto sanitário
duas salas, instalações sanitárias e um alpendre para os pacientes esperarem lá fora
mas na verdade vos digo nunca me senti tão dramaticamente arquitecto.

Outra porta me abre José Rafael Botelho,
o mestre que me ensinou a ver e amar a Cidade.
a maior invenção do Homem.
Nunca esquecerei a observação que fez enquanto nos debruçávamos sobre os primeiros
esboços dos Olivais:
…”se não lhes podemos dar as melhores casas, dar-lhes-emos a melhor cidade que
pudermos…”
Há uma multidão à volta desta porta,
todos os que acreditaram e suportaram a inovação e hoje se sentem possuidores de
patriotismo do lugar,
todos os que viram o arquitecto como companheiro e servidor.

Passo pela porta que dá para a Europa.
Não encontro lá a bela princesa que Zeus raptou e trouxe para Creta montada num
touro branco
está viva mas alquebrada.
Recordo que a congregação dos organismos representativos dos arquitectos nos diversos países,
da comunidade se iniciou em Lisboa e a Associação dos Arquitectos foi dinamizadora
dessa acção.
Passados poucos anos o organismo assim criado atravessou tão grave crise,
que a Holanda que no sistema de rotatividade estabelecido deveria assumir a presidência
a recusou, pelo que a nossa associação, confrontada com o problema, se viu na obrigação de
aceitar aquela responsabilidade.
Em boa hora o fez pois talvez a condição de pequeno país, alheado de grandes interesses
tenha contribuído para que fosse alcançada a estabilidade.

Daquele tempo saem da porta da Europa e vêm ter comigo, dois arquitectos:
Reuter, o luxemburguês que delicadamente me censurou por eu ter dito ocasional e irrefletidamente que ali defenderia os arquitectos portugueses
pois na verdade, recordou ele com toda a razão, estávamos ali para defender os arquitectos e a arquitectura da Europa
fossem alemães ou gregos.
tanto na Irlanda como em Itália,
e ainda hoje recordo o episódio, cada vez mais vezes
e com saudades da esperança que tínhamos tido.
E La Hoz, espanhol, o arquitecto do rei que
perante o perigo da uniformidade da formação do arquitecto europeu que a Directiva
Arquitectura, de 85, continha
reclamava o direito de continuar a formar arquitectos com “sabor ibérico”

Mereceu o nosso apoio, obviamente,
mas não seria necessário exprimi-lo:
pois não foi Portugal com os seus arquitectos o primeiro país a estudar os valores regionais
da sua arquitectura?
E não foi aqui que os valores universais da arquitectura moderna se fundiram com
as singularidades de um povo e de um lugar e deram origem a manifestações únicas
entre as quais destaco o ainda mal estudado movimento neo-realista na arquitectura
portuguesa?
(vejam-se as torres e as bandas de Teotónio Pereira nos Olivais Norte)

A porta seguinte é a da revolução e abre-ma um arquitecto:
Nuno Portas dirigia o Departamento de Arquitectura do LNEC
e recebeu do governo
a incumbência de estudar difícil tema:
…”como é que, com os mesmos recursos, se poderá alojar o maior número?”
Chamado a colaborar foi feito o que talvez tenha sido o primeiro trabalho de investigação
aplicada no campo da arquitectura e do urbanismo no nosso país e que veio a ser publicado
sob o título “Tipologia de edifícios-habitação evolutiva”.
Veio então o golpe de sorte:
a História ofereceu-nos uma revolução
e Nuno Portas como secretário de Estado lançou as operações SAAL e no FFH pude
experimentar a doutrina numa operação de realojamento no Plano Integrado do Zambujal
em que 250 famílias passaram de um dos mais miseráveis bairros de barracas da suburbia para
um habitat digno com o mínimo investimento e máxima comparticipação e entusiasmo.
Receita simples: estudo e vontade política.

Ouço para além da porta, o senhor José Maria, carpinteiro do metro, líder incontestado
da população e presidente da associação de moradores, dizer aos seus companheiros,
nos anos da brasa da revolução, em acalorada assembleia
quando as casas já ganhavam forma e chegavam ao telhado:
“não julguem que agora cada um vai ficar com o seu chalet…
as casas são da cooperativa
e só irão para o vosso nome quando todos tivermos pago a dívida de todos.”
Dívida ao Estado, esclareça-se, ao estado-investidor e não à gananciosa banca,
isto numa altura em que se escrevia na constituição a palavra socialismo.
tempos irrepetidos.
Quando “os porcos, feios
e maus”, habitantes do bairro de lata de Santas Martas, em Algés, se tornavam donos das suas casas, viradas a sul, com vista para Monsanto e perto de tudo.
E não se poderá dizer que sonhavam para além das suas possibilidades.

Longe vai o arrazoado e eu a falar de mim
fi-lo com um objectivo, confesso:
abrir as portas do meu palácio da memória e evocar mestres e companheiros,
reuni-los naquilo que chamo
a geração do meio,
a daqueles que eram jovens profissionais ou estudantes no congresso de 48
mais os que se formaram na década de 50 e iniciaram a sua actividade na década seguinte
e a prosseguiram, passando pela Revolução até ao advento de outros contextos.
E ao mesmo tempo:
tentar repara uma injustiça que está presente
na publicação resultante do Inquérito à Arquitectura Portuguesa
do Século XX que a Ordem há pouco levou a efeito:
o ter olvidado essa geração e a arquitectura que legou ao país
como entidades identificáveis no seu conjunto.

Serão em número restrito mas poderosos os factores caracterizantes da geração do meio.
destaco:
a Doutrina, colectivamente elaborada e aceite como suporte do desenho
e expressa nas Iniciativas Culturais, Artes e Técnica, nas esforçadas revistas de Arquitectura
na Organização dos Arquitectos Modernos, no Congresso de 48, na adesão e crítica à
Carta de Atenas e na posição perante o ensino;
as Belas-Artes como intervenientes “na qualidade da envolvente edificada da sociedade”,
conceito que se vê incorporado, em 1985 na Directiva Arquitectura, da Comunidade. pois
soube a geração do meio praticar com destreza integração das três artes e fazer renascer
a Arte Pública –
no rescaldo da Exposição do Mundo Português, na Infante Santo, no Bloco das Águas Livres, nos Olivais-Norte, em bairro social, em lojas, e restaurantes...

E ainda:
a Investigação como suporte do projecto e instrumento do desenvolvimento,
levada a efeito individual e colectivamente na Federação das Caixas de Providência,
no Sindicato com o Inquérito, no departamento de Arquitectura do LNEC, no GTH
da Câmara Municipal de Lisboa, no Gabinete da Área de Sines ou no Ultramar;
a História como legado do passado para a construção do futuro
e a interpretação dos sítios como atitude de defesa, valorização e criação de património:
as pousadas de Santa Marinha e de Santa Bárbara, os Paços do Concelho em Lisboa,
Santa Clara, em Coimbra, os hotéis do Garbe e do Mar;
o olhar a Cidade como fenómeno natural e estético
e aqui se evocam os vilipendiados bairros sociais
e o papel da geração do meio da transformação dos mal alojados, os pobres da cidade
em cidadãos condignos, usufruidores de cidadania –
no Zambujal, nos Olivais e Chelas, na Meia-Praia…

A geração do meio dilatou o campo sócio-profissional do arquitecto muito para além
do tradicional desenho de edifícios.
“..do puxador à cidade” dizia-se então como limite sonhado
mas a realidade chegou a mais vastas áreas culturais:
à literatura, do ensaio à ficção, à crítica, ao cinema, às artes plásticas, ao jornalismo…
à actividade política, na participação e especialmente no suporte à programação com que
as forças políticas se apresentaram ao eleitorado, após a revolução.
E poder-se-á afirmar que as singularidades reveladas são consequência directa da
sua formação e da visão topológica do problema que encerra
Como nota de pé da página aqui se refere o espírito associativo da classe;
a resistência e o alfobre de democracia que foi o Sindicato, dos anos 30 à revolução.

Foi destra a geração do meio no manejar do misterioso ciclo da invenção:
…do olhar, ao cérebro, do cérebro à mão, da mão ao papel
do papel ao olhar, do olhar ao cérebro, do cérebro à mão…
e sábia ao assumir o espaço como entidade protagonizante da arquitectura
(aqui se recorda Pedro Vieira de Almeida)
espaço exterior. a arquitectura sem tecto, a rua, a praça o da relação colectiva.
e o espaço interior, o da relação individual e familiar,
a aventura (mediterrânica) do passar de um a outro
a poética da luz, da sombra e da penumbra.
a janela, o alpendre, o pátio, as portadas e os rotulados,
(sejam as reixas algarvias ou as de Chorão Ramalho)
e o desenho sempre presente.
Estava longe ainda o domínio das álgidas maquetas, bibelots de exposições.

Acrescento à lista mais uma característica identitária:
a autoria colectiva e a existência no contexto temporal da geração do meio de organismos
estatais responsáveis pela programação, pela execução e muitas vezes funcionamento
de obras nos campos da habitação, do equipamento, das construções escolares, das construções hospitalares, da colonização interna, das comunicações.
e recordem-se todos aqueles que quase anonimamente aí trabalharam e foram impondo
a arquitectura como serviço público e onde muitas vezes conseguiram introduzir a
inovação e a rebeldia das ideias.
Estava longe o vedetismo, doença infantil de arquitectos.
E se a finança estava sempre presente, ditatorial
ela não seria a mesma que esmagaria a forma e menosprezaria a função,
visando o lucro.

Ouso dizer que a geração do meio soube aproveitar as vantagens de um estado forte
rejeitando a ditadura.
e terá conseguido pôr
a Arquitectura ao serviço do Homem
como foi gritado no congresso de 48 e isto
não era frase feita, nem slogan, nem palavra de ordem
era um ditame
a geração do meio soube ser re-publicana.

Sejam generosos dizia Keil do Amaral ao noviços da arquitectura que o procurava, sejam
generosos…

Não há dúvida que sou um arquitecto com sorte:
por ter pertencido ou ser filho da geração do meio.

Francisco da Silva Dias
3 de Julho 2012


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