Por João Santa-Rita, Manuel Graça Dias e Pedro Ravara, Pedro Ressano Garcia e Diogo Burnay
Os arquitectos João Santa-Rita, Manuel Graça Dias e Pedro Ravara quiseram deixar aqui um testemunho sobre o colega e amigo Manuel Vicente.
testemunho de João Santa-Rita testemunho de Manuel Graça Dias testemunho de Pedro Ravara, Pedro Ressano Garcia e Diogo Burnay DESENHEI SEMPRE ESPAÇOS ONDE EU PRÓPRIO GOSTASSE DE ESTAR
Faleceu Manuel Vicente, Membro Honorário e ex-Presidente da Ordem dos Arquitectos.
Fez a sua formação na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), tendo concluido a mesma em 1962. Foi um dos alunos da
Master Class de Louis Kahn na Universidade de Pensilvânia tendo concluido o respectivo Mestrado em 1969.
Trabalhou em Lisboa, em Goa em Macau e no Funchal. Em meados da década dos anos 70 do século XX, regressa e Macau, tendo aí desenvolvido uma importante e vasta obra, marcante e determinante para a vivência e percepção desse território.
A sua obra, a sua pessoa bem como o seu modo de amar e ensinar a arquitectura tornaram-no inquestionavelmente num Mestre, tendo exercido uma influência determinante nas diversas gerações que sempre o acompanharam bem como nos seus próprios colegas de trabalho.
Será sempre difícil esquecer os muitos jovens que o acompanharam e estimaram ao longo da sua vida e aos quais prendeu muito do seu tempo.
Ensinou entre 1973-1976 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e foi professor na Universidade de Arquitectura em Hong kong, no Instituto Superior Técnico de Lisboa e na Universidade Autonoma de Lisboa onde leccionou desde 1998 até hoje.
Em 1987 foi convidado a apresentar uma candidatura para
Dean da Universidade de Buffalo nos EUA, tendo recebido em 1989 um convite para dirigir a mesma Universidade.
Recebeu diversos prémios e nomeações entre os quais se destacam o Prémio de Arquitectura atribuído em 1987 pela Associação Internacional de Críticos de Arte, Secção Portuguesa, AICA/SEC, e a Medalha de Ouro da Arcasia, o Conselho Regional dos Arquitectos da Ásia atribuído em 2005 pela segunda vez, na categoria de melhor espaço público da Ásia.
A sua obra foi amplamente apresentada e divulgada em exposições, conferências e publicações um pouco por todo o mundo.
Foi eleito Vice-Presidente da Ordem dos Arquitectos para os triénios 2002-2004 e 2005-2007, tendo substituído Helena Roseta como Presidente em 2007.
Em 2010 foi nomeado Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos.
O seu desaparecimento representa uma grande perda para a arquitectura e para a cultura. A Ordem dos Arquitectos lamenta profundamente a sua morte a apresenta as maiores condolências à sua família e amigos.