Nasce em Lisboa em 1928. Diplomado pela ESBAL em 1955. Trabalhou durante o curso na Sociedade de Urbanização e Fomento Lda, na Comissão das Construções Hospitalares do Ministério das Obras Públicas, na Junta de Colonização Interna do Ministério da Agricultura e foi professor, na Escola Eugénio dos Santos em Lisboa. A seguir ao curso iniciou funções na Repartição de Arquitectura da Direcção de Serviços de Salubridade e Edificações da Câmara Municipal de Lisboa, foi perito avaliador da Direcção de Finanças do Distrito de Lisboa. Em 1965 ingressou nas “Habitações Económicas”-Federação de Caixas de Previdência. Em 1972 transitou para a Comissão dos Edifícios e Organismos Dependentes do Ministério das Corporações e Previdência Social, em 1974 participou da Comissão de Equipamentos Colectivos da Secretaria de Estado da Segurança Social. Em 1981 foi Chefe de Divisão com funções de coordenador do NEP/Núcleo de Estudos e Normalização de Projectos. Em 1983 foi Chefe de Divisão de Programas e Projectos na DGORH/Direcção Geral de Organização e Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Segurança Social. Em 1984 é promovido a técnico assessor e em 1986 aposenta-se, passando a exercer em exclusivo a actividade em regime livre no seu próprio atelier.
UMA PRESENÇA O que representará para um arquitecto, habituado à composição geométrica e estética, todo um imaginário prematuramente enganado e negado pela obstinação da doença? Que representa há muito, para um ser especial, estar fechado à troca de olhares com a sua dama? A sua, a tua arquitectura moderna. É com sentido de missão arquitectónica que pretendemos ressuscitar do anonimato este arquitecto. Através da observação das suas obras projectadas pretende-se apresentar ao público os seus trabalhos e ofícios, com o intuito de os dar a conhecer a novos olhares, contemporâneos. Uma Exposição/Monografia ou uma merecida homenagem ao Arquitecto que fez parte, entre tantos outros nomes, da GERAÇÃO DO MEIO. Das histórias do Cunha Bruto e dos murros na mesa do Mestre Cristino da Silva que se irritava com os alunos que esboçavam já uma Arquitectura Moderna mas Comunista. Manifestava o orgulho de ser o associado nº 99, defensor, amante, entregue de corpo e alma a uma só causa, a ARQUITECTURA. Incapacitado para a prática da profissão que tanto amava, defendeu-a e propagandeou-a sempre que teve e lhe concederam espaço, nunca procurando o estrelado pelo seu feitio e carácter muito próprio. Um dia, no final de uma tarde passada no seu Atelier da Pasteur, como tanto gostava de o designar, já debilitado, disse: "É aqui que eu quero morrer…" Cabe-nos agradecer e propormo-nos mostrar e trazer À RUA as estantes e gavetas do atelier que complementam todo esse percurso infelizmente incompleto mas cheio de esquiços, perspectivas, fotos de projectos. Uma transmitida influência na sua “TUA CASA” Pai e Arquitecto Câmara Pestana como gostava de ser e ter sido mais conhecido… Até SEMPRE! Na nossa MEMÓRIA, no nosso CORAÇÃO e na ARQUITECTURA a que tantas vezes referia como aquilo que mais gostava e SÓ sabia fazer!