Filho de um pedreiro, Auguste Perret (1874-1954) criou com os seus dois irmãos, Gustave e Claude, uma estrutura inovadora que consistia numa agência de arquitectura e numa empresa de construção. Ávido leitor de Viollet-le-Duc e aluno brilhante de Julien Guadet na École des Beaux-Arts em Paris , afirmou-se em 1903 com a construção de um edifício na Franklin Street e em seguida, em 1913, com o Teatro Champs-Élysées.

Teórico da arquitectura, Auguste Perret esteve ligado nos anos 1930 a uma tarefa cultural inédita: criar uma nova ordem arquitectónica, comparável às ordens antigas, mas derivada de técnicas de construção modernas. Esta estética do betão armado, do qual desenvolve o modelo em 1937 no Palais d’Iéna, encontra, após a Segunda Guerra Mundial, um grande eco no Havre .
A inclusão desta cidade reconstruída na Lista do Património Mundial da UNESCO em 2005, ajudou a chamar a atenção do público para o trabalho do arquiteto, mas o seu caminho criativo permanece ainda desconhecido.

A exposição "Auguste Perret : Huit Chefs-d’œuvre !/?" preenche esta lacuna, fornecendo acesso privilegiado aos grandes edifícios idealizados por este intelectual, amigo de artistas como Antoine Bourdelle e Maurice Denis, e do poeta Paul Valéry. Através de uma selecção de documentos originais e através de contribuições contemporâneas, a exposição deseja partilhar com um público mais amplo um processo que está entre os mais inspirados que a disciplina arquitectónica já produziu.


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