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José Manuel Pedreirinho, Presidente do Conselho Directivo Nacional
Profissão: arquitecto
17.10.2018
Texto de opinião publicado no Expresso online nesta data




Caracterizar hoje em dia a actividade do arquitecto, o papel e a importância da arquitectura para a sociedade actual é algo que ultrapassa em muito aquilo que muitas vezes é encarado apenas como uma profissão produtora de projectos.

De facto a arquitectura, sem dúvida, a mais social das artes, envolve toda a nossa vida de tal forma que por vezes quase não damos pela sua presença, ainda que muitas vezes nos queixemos da sua ausência.

Passamos quase todo o nosso tempo dentro de edifícios ou nos espaços públicos entre eles, habitamos a paisagem, construímos os lugares e cada uma destas acções é uma manifestação e a expressão dos nossos conhecimentos, dos nossos gostos, mas sobretudo da nossa cultura.

Vivemos no meio das memórias do que foi feito antes de nós, mas também de todas as transformações que vamos introduzindo no ambiente de modo a podermos, em cada momento, adaptá-lo às nossas necessidades actuais.

Mas também porque vivemos numa época marcada por constantes e rápidas mudanças, a organização e a estruturação do mundo que nos rodeia, em permanente mutação, o papel do arquitecto na sociedade actual é muito mais vasto e abrangente. Um papel que tem de ser o de construtor de sínteses entre os múltiplos especialistas das muitas técnicas que envolvem o nosso dia a dia, e o Homem a quem todo este trabalho se destina. Uma tarefa única que passa pelas mais diversas áreas de conhecimento e é sempre a expressão da cultura de uma época, da sociedade, das técnicas disponíveis, e das formas e modos como elas se exprimem e materializam.

Uma cultura que se exprime das formas mais variadas que terá de estar tão atenta ao desenvolvimento económico, como às necessidades da sua sustentabilidade; às transformações sociais, como às questões provocadas pelas alterações climáticas; etc. Um mundo de questões cada vez mais complexas a que temos de saber responder.

Para reflectir sobre algumas delas vamos, de 25 a 27 deste mês, realizar o 15º Congresso dos Arquitectos, que terá lugar no Algarve, em Lagoa.

Vamos realizá-lo no ano em que comemoramos os 20 anos da institucionalização da nossa Ordem profissional. Um ano em que se completaram também os 70 anos sobre a primeira vez em que o estado, à época apelidado de Novo, permitiu que os Arquitectos se reunissem para debaterem os seus problemas. Foi em 1948, quando foi realizado o primeiro, hoje quase mítico, Congresso dos Arquitectos.

Já então, tal como agora, a preocupação central era o sempre difícil equilíbrio entre os vários poderes, do político ao económico, as necessidades sociais e os desejos profissionais.

Neste Ano Europeu do Património Cultural, escolhemos como tema do Congresso ‘O património arquitectónico e paisagístico’. Um património em rápido processo de transformação, sujeito às mais diversas pressões, mas para o qual é urgente encontrar respostas adequadas.

Estamos seguros que este será um debate alargado a muitos outros aspectos, na reflexão necessária ao enquadramento de uma profissão que, apesar de todos os reconhecimentos, se continua a debater com sempre renovados constrangimentos de vária ordem para o desejável e o necessário enquadramento na sociedade que é a razão de ser da nossa actividade.

José Manuel Pedreirinho

Expresso Opinião, 17 de Outubro 2018


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